DSC06361 Vou começar contando algo que vocês nem devem ter imaginado que ocorreu durante a leitura: chorei litros! Sei que isso não é novidade vindo de mim, mas o livro é realmente emocionante. O livro de John Green faz parte de uma nova leva de publicações, os chamados “sick-lit”. Recentemente, André Miranda, de O Globo, publicou uma matéria bem interessante sobre o tema, que vem gerando polêmicas mundo afora, assim como todos os sucessos literários encararam. A diferença aqui é que uma menina com câncer ou anorexia é infinitamente mais real que vampiros, anjos, fadas…

Falando especificamente de A culpa é das estrelas, o livro chegou com burburinho no Brasil, as blogueiras elogiavam e o consideravam favorito, deixando todos os leitores ansiosos para colocar as mãos em seu exemplar. O livro vendeu muito, não só aqui, mas lá fora também, tanto que está no topo dos best-sellers do The New York Times para o gênero. Mas o que ele tem de especial? Ele tem uma dose forte de realidade, tem paixão, tem dor, amizade, liberdade, provoca um misto de sensações no leitor, mas sempre ficando com o pé no real, sem fantasias.

Na verdade, sempre doía. Sempre doía não respirar como uma pessoa normal, tendo a toda hora de lembrar aos seus pulmões que eles devem agir como pulmões, fazendo força para aceitar como insolúvel a dor lancinante que vem lá de dentro pela falta de oxigenação. Página 47

É triste, mas mostra a verdade da maioria de pacientes com câncer. Hazel Grace, ou melhor, Só Hazel, tem dezesseis anos e sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões. Seus pais são o máximo, sua mãe é a forte da história. Ela deixou o emprego para ficar sempre com a filha, enquanto o pai sustenta a casa e chora sempre que pode. Ele é muito sensível, um fofo. O problema de Hazel é que ela só fica em casa, sem amigos, então a mãe sempre fica em cima para que ela vá ao grupo de apoio. E é lá que ela conhece Augustus Waters, o Gus. Um garoto de dezessete anos, ex-jogador de basquete, que perdeu a perna para o osteosarcoma.

De vez em quando eu dava uma olhada na perna do Augustus, ou no lugar onde ela costumava ficar, tentando imaginar como seria a aparência da perna falsa. Não queria dar muita bola para aquilo, mas dava um pouco. E ele devia sentir a mesma coisa em relação ao meu oxigênio. A doença gera repulsa. Aprendi isso há muito tempo, e achava que o Augustus também tinha aprendido. Página 39

Gus é simplesmente encantador. Ele é adorável, com um humor incrível, bem do jeito que eu gosto, deixa o livro ainda melhor. Já Hazel, que também tem seu humor sarcáatico, é uma menina realista, o que nem sempre é bom, pois até certo ponto, ela não se permite sonhar, nem aproveitar um momento de felicidade, pois isso pode acarretar o sofrimento alheio quando ela morrer. Pois é, ela pensa no “quando”, não em “se”. Por conta disso, ela demora a se entregar ao sentimento que cresce por Gus. E mesmo com toda a relutância, ela não consegue resistir.

Enquanto ele lia, me apaixonei do mesmo jeito que alguém pega no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para a outra. Página 118

Hazel e Gus se completam, de verdade. Os dois são hilários juntos, cheios de piadinhas e respostas sarcásticas. Morri de rir quando eles se vingam da namorada do amigo deles, Isaac, que o rejeitou depois de ele ter ficado cego por conta do câncer. E me apaixonei pela relação dos dois, pela cumplicidade, pelo desejo de Gus de realizar os sonhos de Hazel, sonhos que ela achava ser impossíveis de realizar. Dá para perceber como a pessoa certa pode fazer diferença em sua vida. Sem Gus, Hazel não teria saído do quarto, não teria aproveitado nem metade da metade do que aproveitou com ele a seu lado. E os pais também viam isso, mesmo que em algum momento ficassem preocupados por não verem tanto os filhos, que estavam juntos sempre.

- Tá, já chega – o pai do Gus disse, e então, do nada, me abraçou e beijou a minha cabeça, sussurrando: Eu agradeço a Deus todos os dias por você existir, menina. Página 228

A parte ruim, obviamente, é que nos apegamos demais aos personagens e na hora da despedida dói horrores. Chorei tanto, tanto, tanto, que eu quase solucei. John Green sabe como mexer com a gente e soube fazer um livro que teria um final já conhecido ser surpreendente. A leitura é ótima e flui super bem, os personagens, como já mencionei, são encantadores e só me resta indicar a leitura para quem ainda não o fez. Vale lembrar que em maio a Editora Intrínseca lançará outro livro do autor, Teorema Katherine. E que o filme baseado em ACEDE também já está dando seus primeiros passos, contratou o diretor e está em busca dos protagonistas.

Cliques de A culpa é das estrelas

DSC06363 DSC06364 Citação do livro favorito de Hazel

DSC06365 Início de capítulo

Ah, ganhei o livro no blog da Juh Sutti. Muito obrigada de novo!! Beijos e uma excelente terça-feira.