Três Vezes Amor 

Uma das características mais marcantes das crianças é a curiosidade, seguida de perto pela sinceridade. Imaginem só a empolgação de uma criança quando há um enigma em suas mãos, um quebra-cabeças que lhe dará a resposta que quer. Esse é o ponto de partida de Três vezes amor. Maya, interpretada por Abigail Breslin), tem dez anos e questiona o pai solteiro, papel de Ryan Reynolds, sobre como ele e sua mãe se conheceram. Will não se intimida, mas decide contar para a filha que teve um relacionamento com três mulheres, dá detalhes de cada um e troca o nome das envolvidas, assim, no decorrer da história ela deve tentar descobrir qual das três é sua mãe.

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O filme é de 2008 e eu o assisti há muito tempo. Zapeando pelos canais no domingo eu o achei e assisti mais uma vez e foi uma delícia. Will é um cara que de cidade pequena que foi para Manhattan para conquistar sucesso. Começou trabalhando na campanha de Bill Clinton para a presidência, fazendo coisas como carregar papel higiênico, tirar cópias, até que teve uma chance e mostrou seu talento, só galgando patamares mais altos.

Sua namoradinha desde a faculdade é Emily - Elizabeth Banks -, que ficou no interior, com um relacionamento à distância. Will é daqueles caras super sentimentais e românticos, tanto que planeja pedir a mão de Emily em casamento quando ela vier visitá-lo. Ao mesmo  tempo, no trabalho, ele conhece April, a garota das cópias, super sincera e alto-astral. Daquelas que você sente vontade de ser amigo quase instantaneamente. É uma  fofa e eu adoro a Isla Fischer, o que também deve ter ajudado. Para completar, Will conhece Summer – Rachel Weisz –, colega de Emily, a quem ela envia um diário com revelações bem surpreendentes e que Will lê, é claro. Summer é jornalista, namora um escritor super famoso e bem mais velho e eles têm uma relação bem aberta. Ela é impulsiva e muito workaholic.

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Bom, em algum momento Will teve um tipo de relacionamento com cada uma, nos deixando intrigados na busca pela solução do problema, na busca pela mãe de Maya. E a garota também fica doida. Vive enchendo o pai de perguntas, se revolta com algumas situações que o pai passou e que fez as mulheres passarem, desencanta com algumas candidatas – ela até chamou uma de vaca -, até que encontra a chave para o enigma. Maya é uma fofa, adoro a Abigail, e ela critica o pai por fumar e beber, por suas atitudes erradas e por ficar sem ação em momentos cruciais. A garota é tão esperta que vê coisas que o pai não viu quando aconteceram e abre o olho dele que sua chance de ser feliz não terminou com o divórcio pelo qual está passando. Aiai, tão fofo.

tumblr_lj1k6jbWOe1qejt5xo1_500 "I can't believe you smoked, and drank, and were such a slut!" – Maya

O filme tem comédia, drama, mistério, uma mistura muito legal de acompanhar. E gera uma expectativa, você fica adivinhando qual é a mãe de acordo com o andamento do filme. Tem horas que parece que é uma, em outras horas é outra. Quando um quer o outro não quer, quando o outro quer o um está comprometido com outra pessoa. Isso dá todo um tempero especial. Além disso tem Nirvana, Jane Eyre – muitos livros Jane Eyre –, livrarias e sebos. É um filme super gostoso de conferir e de rever, para se divertir e entreter. O filme também deixa uma lição sutil, sobre o perdão.

A produção, com direção e roteiro de Adam Brooks, passeia por acontecimentos políticos e tira um sarrinho da situação de Bill e Monica. Algumas cenas me emocionaram bastante, principalmente as que mostravam como é enorme o amor do pai por essa filha. Super recomendo. Façam suas apostas e confiram a resposta no fim do filme.

Beijos e uma ótima quarta-feira, bem gelada por aqui.