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Ano passado eu li e resenhei o livro em que o filme se baseou e aprendi uma lição muito boa com ele: a vida sabe ser uma bitch quando quer, mas é um teste – às vezes um teste constante – para medir o tamanho de sua força. Kim e Krickitt os autores do livro e viventes dessa lição ficaram famosos com sua superação, tanto que um filme se baseou na história deles. E o correto é mesmo dizer que o filme apenas se baseou no obstáculo da vida deles. A produção, que estreou em junho do ano passado, pegou apenas a essência e mudou todo o resto.

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Começando pelos nomes, que são Leo e Paige, continuando em como se conheceram – em um estacionamento – e seguindo em como o acidente ocorreu – parados na estrada, em um sinal de Pare. É mania de quem lê ficar comparando a adaptação/base de um livro, nem sempre a mudança é ruim, exemplo de Como treinar seu dragão e deste filme também. Gostei muito do resultado, apesar de ficar enumerando a quantidade de diferenças, foram tantas que em determinado momento eu desisti de comparar e apenas me joguei na trama.

Paige e Leo se conheceram ao acaso. Ela aceitou tomar um drinque com ele para comemorar que seus estacionamentos ficavam na mesma zona, eles se deram super bem, a química foi intensa, o charme dele também e bum! De repente eles estavam casando, dentro do Instituto de Artes. Quase que não conseguem finalizar a cerimônia corretamente porque os seguranças os pegaram no flagra. Tudo muito divertido.

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A rotina dos dois era assim, divertida. Tinham ótimos amigos, empregos que gostavam, eram realizados e se conheciam muito bem. No momento do acidente, falavam até em filhos. Mas então o momento fatídico aconteceu e Paige perdeu a memória dos últimos cinco anos. Não lembrava de Leo, de ter largado a faculdade de Direito, de não falar mais com os pais, de ter virado artista e de ter se mudado para a cidade. Para Leo isso foi um baque, imagine só a pessoa que você mais ama no mundo – os pais dele são falecidos e ele só tem Paige – não lembra quem você é e muito menos sente o amor que sentia. Para ajudar, aparecem os pais dela, tomando atitudes e excluindo Leo das decisões, como se ele fosse um nada.

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Leo tenta com todas as suas forças retomar sua rotina com Paige, ela até aceita e vai para casa com ele, mas essa Paige não é aquela por quem ele se apaixonou, aquela que era sua esposa. A nova Paige se importava com roupas, cabelo, parecia uma adolescente com as amigas e o excluía constantemente. Sem falar que na cabeça dela, ela ainda era noiva de Jeremy, o que só complicava mais ainda as coisas. Porque Jeremy sabia ser um canalhão. Leo fez de tudo para que Paige se apaixonasse por ele de novo, chegou a se humilhar, mas nada surtiu o efeito que ele esperava. Então, ele desistiu.

E ao tomar essa atitude, ele se desfez – e eu me desfiz junto, em lágrimas. Parecia que era eu quem estava ali passando por tudo aquilo, fiquei tão solidária com os sentimentos dele e senti a dor daquele cara apaixonado, que quase faliu para tentar ter a esposa de volta e só tinha coisas negativas como resposta. Os pais de Paige me davam asco, assim como Jeremy. A irmã de Paige era gente boa, mas não fez nada para tentar ajudar. Eles apenas pegaram ela e a levaram para o momento há cinco anos, revivendo as coisas, como uma segunda chance. Ui, vontade de dar uns sopapos naquelas pessoas. Tudo bem que Leo não era um cara super bem sucedido, mas e daí? Ele ama Paige e isso que deveria ser importante. Mas nós sabemos que nem sempre é assim, né? Ainda mais com famílias ricas e tradicionais.

O filme é emocionante, mas nada forçado. Você se conecta com os protagonistas naturalmente, principalmente com Leo. Existem algumas falhas aqui e ali, mas o resultado geral foi bem positivo para mim. É um filme que eu certamente recomendaria e assistiria de novo. O fim é o esperado, apesar de parecer que nunca dará certo. Fiquei apreensiva, mas depois acabei com aquele sorriso bobo de satisfação. Paige passou novamente por tudo que ocasionou sua mudança anos atrás, voltou a entrar no eixo, mas nunca recobrou a memória, assim como Krickitt, da história original.

PS1: Vale lembrar que o título original é The Vow, em tradução literal: o voto, que rende uma das cenas mais lindinhas do longa;

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Paige: “Me comprometo a ajudá-lo a amar a vida, a sempre abraçá-lo com ternura, e ter a paciência que o amor exige. Para falar quando as palavras forem necessárias, e compartilhar o silêncio quando não forem. Para discordar em concordar sobre o bolo. E viver no calor de seu coração. E sempre chamar de lar.”

Leo: “Eu me comprometo a amá-la seriamente, em todas suas formas. Agora e para sempre. Prometo que nunca vou esquecer que esse é um amor para toda a vida. E sempre sabendo na parte mais profunda da minha alma que não importa quais desafios venham nos separar, sempre encontraremos o caminho de volta para o outro.”

PS2: Cada vez que ia escrever Leo, quase escrevia Mike, hahaha. Magic Mike ainda na cabeça.

Beijocas e uma ótima quarta-feira!