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Hoje vou fazer algo que nunca fiz por aqui: comentar um filme antes de publicar a resenha do livro em que ele foi baseado. Dezesseis Luas foi um dos livros que li nas férias e acabei deixando para trás na hora de resenhar, por isso, não há nada sobre ele aqui. Mas posso comentar que o livro não me agradou tanto. Tenho alguns porquês para explicar, que deixarei para quando for falar estritamente sobre o livro. Lembro que queria ler logo por conta da estreia do filme e recentemente eu pude conferir a adaptação da história de Margareth Stohl e Kami Garcia para as telonas.

O filme até que foi fiel ao livro, claro que existem muitas diferenças, personagens que nem aparecem e cenas completamente alteradas, mas todos sabemos que as mudanças são necessárias na hora de adaptar o roteiro. Mas a essência estava toda ali. Uma das primeiras coisas que pensei sobre o filme foi na pouca fé depositada aos protagonistas, que são bons e me surpreenderam positivamente (tirando um carão ou outro). Por isso é bom deixar preconceitos de lado até que a qualidade ou não de atuação seja comprovada.

BEAUTIFUL CREATURES

A trama se passa na Cidade de Gatlin, na Carolina do Sul, Estados Unidos. Ethan Wate, interpretado por Alden Ehrenreich, é um estudante do terceiro ano do colegial, que não vê a hora de sair dali, para um mundo novo e completamente diferente. Gatlin é uma cidade pacata, o único evento é a recriação de uma batalha, que ocorre todo ano. Sem falar que é uma das cidades mais antiquadas também. Parecem que vivem no passado.

Enfim, a mãe de Ethan morreu em um acidente e desde então seu pai vive trancado, sem contato com o mundo. Sua sorte é ter Amma para cuidá-lo. Do outro lado da história está Lena Duchannes, papel de Alice Englert, uma jovem de 15 anos que está morando com o tio, Macon Ravenwood, interpretado por Jeremy Irons, descendente da família que fundou Gatlin. O problema é que Macon e seus familiares têm fama de serem satanistas, o que faz com que boa parte da população da cidade se volte contra eles. Não demora muito para que Lena seja o alvo da cidade, após alguns acontecimentos estranhos. O que não demora a aparecer também é o interesse de Ethan por Lena, parece que estão destinados um ao outro e quando ele se toca que é ela quem ele vê há meses em seus sonhos, fica ainda mais curioso. O que descobre é que ela e os integrantes de sua família possuem poderes e que aos 16 anos, as mulheres passam por uma transformação, ou ficam na luz ou viram das trevas. Este é o medo maior de Lena, ir para as Trevas, como sua prima fez e acabou se tornando extremamente perigosa. Para se manter no lado do “bem” e ficarem juntos, Ethan e Lena precisam lutar pelo amor que sentem um pelo outro, especialmente devido à uma maldição que assombra a união.

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O enredo tinha tudo para ser ótimo, mas ainda assim, falta algo, tanto no livro quanto no filme. Algumas partes são cansativas e eu confesso que eu dormi enquanto assistia, aí tive que voltar e assistir de novo. Não posso deixar de comentar sobre estarem vendendo o filme como o “novo Crepúsculo” e acho a ideia idiota demais, puro marketing para chamar atenção dos fãs da saga de Stephenie Meyer. Claro que há semelhanças, como adolescentes se apaixonando, as dificuldades de um relacionamento, um dos dois ser “diferente”, mas a trama é mais madura, menos melosa e não foca apenas no romance, o lance sobrenatural ganha muito mais destaque. E quase toda opinião que li sempre tem essa comparação entre os dois, que são completamente diferentes.

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É interessante ser a garota quem tem os poderes e mais ainda observar como Ethan a apóia. O filme tem coadjuvantes de peso, que cercaram de muito talento o casal protagonista. A atuação de Emma Thompson é excelente, assim como de Jeremy Irons. Viola Davis esteve meio apagada, mas é uma atriz incrível. E Emmy Rossum, que interpretou Ridley, também foi muito bem.

Para não me alongar muito, o filme é bom e ponto. Não é maravilhoso, excelente, que você precisa ver hoje. Mas é bom, mostra uma história de amor adolescente com toques sobrenaturais (gênero que fez e faz muito sucesso).

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Curiosidades

  • Baseado no primeiro livro da quadrilogia escrita por Margaret Stohl e Kami Garcia. Os demais livros se chamam Dezessete Luas, Dezoito Luas e Dezenove Luas (que acaba de ser lançado);
  • Inicialmente o intérprete de Ethan Wate seria Jack O'Connell. Alden Ehrenreich o substituiu no papel pouco antes do início das filmagens;
  • A canção que toca quando Lena faz nevar chama-se "Needle and Thread". Ela foi composta e gravada pela protagonista Alice Englert no quarto de hotel em que estava em Nova Orleans, durante a pré-produção. O diretor Richard LaGravenese gostou tanto que resolveu incluí-la no filme.
  • A personagem interpretada por Viola Davis na verdade é a compilação de duas personagens presentes no livro: Amma, a dona de casa, e Marian, a bibliotecária que foi a melhor amiga da mãe de Ethan. O diretor Richard LaGravenese decidiu reunir as personagens no intuito de convencer uma grande atriz a interpretá-lo. Viola Davis foi a única atriz convidada para este papel.
  • É o 2º filme em que Viola Davis e Thomas Mann atuam juntos. O anterior foi Se Enlouquecer, Não Se Apaixone (2010);
  • A coleção de poesias de Lena contém versos compostos por William Blake, Alfred Lord Tennyson, Edna St. Vincent Millay e Rumi;
  • O diretor Richard LaGravenese queria que o filme tivesse o mínimo necessário de cenas rodadas usando o fundo verde, para a inserção de efeitos especiais na pós-produção. Desta forma, a sequência em que Lena e Ridley duelam na casa da família foi rodada um set construído sobre um motor hidráulico, que permitia que trechos do chão rodassem em sentidos opostos;
  • Os atores que aparecessem sentados nesta cena estavam com suas cadeiras aparafusadas no chão;
  • Em uma escala de velocidade de 1 a 10, os atores rodaram em nível 8. Esta sequência levou três dias para ser rodada;
  • A falha de Ethan ao recitar um poema de Charles Bukowski para Lena não estava prevista no roteiro. Apesar de nos ensaios tudo ter corrido bem, durante a filmagem Alden Ehrenreich não conseguia acertar a ordem exata dos versos, o que fazia Alice Englert rir em cena. O diretor Richard LaGravenese gostou da ideia de um Romeu tentando impressionar Julieta e decidiu manter a cena assim mesmo;
  • As filmagens no estado da Louisiana tiveram que ser interrompidas temporariamente devido a um alerta de tornado na região.

Beijos e uma ótima quarta-feira.