DSC06938

Uma das piores coisas para quem gosta e tem o hábito de ler é a maldita e bastante conhecida ressaca literária, quando até a mais empolgante das aventuras parece não render. Comecei a ler Orgulho e Preconceito, para o clube de leitura que fizemos entre amigas do twitter – blog, e-mails... -, e nada! Acho que mal consegui passar de 50 páginas. Então tentei Inferno, empréstimo de uma das leitoras mais assíduas da minha biblioteca, e apesar de me empolgar com o início, acabei deixando de lado também. Que meleca é essa?

Então no domingo, antes de sair para o almoço na casa dos sogros, eu catei Lonely Hearts Club. Todo mundo fala sobre como ele é gostosinho de ler, leve e tudo o mais, pensei que ele seria perfeito para o momento e não é que foi? Li ele praticamente todo no domingo mesmo e respirei um pouco mais aliviada, pensando que essa fase das trevas esteja realmente passando. Então, nada mais do que justo falar sobre ele hoje aqui.

Sei que ele teve seu boom na blogosfera e que praticamente todo mundo já leu alguma opinião sobre a história de Penny Lane e seu Lonely Hearts Club, mas também quero opinar. Elizabeth Eulberg construiu um enredo simples, com ingredientes já conhecidos, mas que trabalhados em suas mãos criaram uma história deliciosa de se acompanhar. Nada tão profundo, mas que encaixa bem para a idade de Penny e das amigas, com a adolescência que é uma fase difícil para todos.

Penny é irmã de Lucy e Rita, todas têm nos nomes homenagens para os grandes ídolos dos pais, os Beatles. Eles são realmente obcecados pelos músicos e até viajam para Liverpool nas férias. Quando se trata de Beatles, a coisa é muito séria na casa de Penny. Seus pais são uns amores, apesar de fazê-la pagar certos micos, às vezes. O que eles não sabem é que o filho de seus melhores amigos, que sempre passam as férias de verão com eles, partiu o coração de Penny.

Nate e Penny foram criados praticamente juntos, foram “daminhos” de um casamento juntos e ela fantasiava nele o príncipe encantado de sua vida. Na verdade, ele era um cafajeste mesmo. Usou dos sentimentos de Penny para se aproveitar da garota e queria levar ela para os finalmentes, quase conseguiu, não fosse pelo flagra que ela deu nele e em uma garota qualquer, no sofá do porão da casa dos pais dela. O caso em questão gerou uma mudança em Penny, ela não queria mais saber de meninos, esses seres maquiavélicos que só fazem as garotas sofrerem. A solução foi criar o Lonely Hearts Club, claro, em homenagem a uma música dos Beatles. Até então ela era a única integrante.

Diane foi a melhor amiga de Penny e depois que começou a namorar Ryan há quatro anos a esqueceu completamente. Agora, no início do ano, ela voltou a se aproximar e querer resgatar a amizade. Penny estava bastante magoada, mas após uma boa conversa viu que poderia dar uma chance para a velha-nova-amiga. Diane, que revelou estar solteira, amou a ideia do clube e quis participar. A terceira integrante, a melhor amiga de Penny, Tracy, entrou meio que forçada e as três não imaginariam como aquele passo que deram mudaria a vida de muita gente.

Inicialmente o clube seria algo para evitar os meninos e as integrantes não poderiam namorar até o fim do colegial. Mas com o amadurecimento das participantes – que se tornaram mais de 40 – as regras foram mudando e a vida das envolvidas também. Não se tratava apenas de deixar os garotos de fora, mas de ter em quem se apoiar, de ter amigas de verdade e ser um grupo unido em todas as horas. Isso elas conseguiram fazer. O Lonely Hearts Club ajudou com distúrbios alimentares, com autoestima, com descobrir quem realmente se é, além de ajudar nas notas e criar um elo firme entre as meninas. Um aprendizado para cada uma daquelas que dedicou lealdade ao clube.

Claro que nesse meio tempo, Penny se viu atraída por um garoto, que parecia ser realmente diferente dos outros. Mas sua desconfiança e o medo de se machucar só atrapalhavam as coisas, afinal, Nate também era diferente até fazer o que fez. E ela tinha o clube, tinha que ser o exemplo. Com essas coisas na cabeça, Penny quase foi à loucura. Mas conseguiu apoio nas amigas e uma solução que foi boa para todos. Penny cresceu muito durante a história que tem pouco mais de 230 páginas. E eu adorei poder acompanhá-la.

A edição é uma maravilha à parte. O livro é lindo, cheio de detalhes. Não encontrei erros e a cada mudança de momentos – já que não era em todos os capítulos – me deliciava com as citações de músicas e o trabalho tão bem feito pela Intrínseca. O livro mereceu quatro estrelas no Skoob. Uma delicinha de se ler.

Cliques de Lonely Hearts Club

DSC06936

DSC06927

DSC06928

 

DSC06929

 

DSC06930

DSC06931 

Beijocas e uma excelente terça-feira!